quarta-feira, 18 de julho de 2012

Klauber Cristofen Pires


Nome: Klauber Cristofen Pires
Blog: LIBERTATUM - http://libertatum.blogspot.com
Religião: cristã
Profissão: Analista-Tributário da Receita Federal
Ideologia: Liberal-Conservador





SITE / IDEIAS
À cabeceira mantenho apenas uma Bíblia

Quais os seus blogs? Conheço o Libertatum, a Libesfera e a Sinistrosfera. Fale um pouco sobre eles.

KCP: No blog LIBERTATUM escrevo artigos de minha autoria e também de colaboradores, concentrando artigos de opinião sobre economia, direito, moral, religiosidade, história, arte militar, sociologia e filosofia, além de exercer um trabalho de media-watch e oferecer variedades. A Liberesfera e a Sinistrosfera são blogrolls de sites e blogues de direita e de esquerda, respectivamente, que contêm as manchetes das últimas postagens de cada blogue, e além disso, mantenho também a Livraria Virtual, que já distribuiu mais de quatro mil cópias de diversos títulos.


Você é articulista do Mídia Sem Máscara, ambiente virtual conhecido por agregar várias correntes do pensamento conservador brasileiro. Qual o papel do MSM?

KCP: o MSM, como o próprio nome sugere, tem como ênfase o trabalho de media-watch, com a finalidade de denunciar o viés ideológico sobrepujante nas notícias divulgadas pela imprensa tradicional; além disso, veio a preencher um vácuo com o fornecimento de notícias faltantes ao público, porque propositalmente sonegadas pela imprensa tradicional, pelos mesmos motivos ideológicos. 


O Mídia Sem Máscara foi idealizado pelo filósofo Olavo de Carvalho. Qual sua ligação com este pensador e qual a influência que ele exerce, hoje, na direita brasileira?

KCP: Comecei a ter conhecimento da obra do filósofo Olavo de Carvalho desde a edição nº 01 da revista Época, na qual ele trabalhava como colunista de opinião. Ressalto o quanto chocavam-me seus artigos, de tal forma que por algum tempo tive a vontade de escrever-lhe com o objetivo de ridicularizá-lo. Por sorte ou por ação da Divina Providência, abstive-me de pagar tamanho mico, e ao contrário, foi crescendo em mim a ânsia de ler dele cada vez mais, até que compreendi o estado de ignorância em que estava mergulhado e depois de um certo tempo, senti-me no dever de auxiliá-lo na forma como pudesse, de modo que hoje sou um dos colunistas do MSM. Entendo que o filósofo Olavo de carvalho tem desempenhado um papel de refundação do pensamento liberal-conservador brasileiro. Há doze anos atrás, havia apenas três institutos liberais, dois quais dois foram extintos (o de Brasília e o do Rio de Janeiro). Hoje há dezenas de institutos think-tanks, alguns especializados em determinados fins, como a da legalização da posse de armas, ou de defesa da vida contra o aborto e a eutanásia, contra as drogas, econômicos, e mais de setecentos blogues que se inspiram em seus ensinamentos.


Direitistas brasileiros, ao alcançarem certo prestígio, são ridicularizados. Cito: Bolsonaro, Silas Malafaia, o próprio Olavo de Carvalho. Você teme entrar neste grupo ou já se considera nele?

KCP: Já pertenço a este grupo, embora não goze de tanto prestígio. Há um processo de assimilação, que começa pela estupefação e ridicularização, ao que se segue o boicote e da fuga ao embate intelectual; Após esta fase, inicia-se um período de recolhimento e meditação, e enfim, de aceitação e identificação. Atualmente, as pessoas acima citadas já passaram da fase da ridicularização e estão passando da fase do boicote para a da aceitação.


Como surgiu a ideia de um blog reunindo blogs direitistas?

Surgiu da necessidade de buscar informações em um só lugar – e o propósito é este mesmo: servir como um grande portal, onde cada pessoa poderá buscar o assunto que mais lhe interessa simplesmente por escolher entre as manchetes de cada blogue. Ademais, os blogueiros começaram a se sentir estimulados, porque a quantidade de visitas aumentou, assim como a concorrência por oferecer aos seus leitores notícias e artigos novos.


Quais são seus livros de cabeceira?

À cabeceira mantenho apenas uma Bíblia e alguns livrinhos de orações e de pensamentos. Todavia, entre as leituras que mais me influenciaram, estão Olavo de Carvalho, os mestres da Escola Austríaca (Mises, Hope, Armentano, DiLorenzo, Woods Jr, Lott, Rothbard, Garet, Peterson, Kinsella, Iorio e outros); no plano literário, adorei a trilogia de Santiago Posteguillo sobre a vida de Públio Cornélio Cipião (Africanus - El Hijo del Consul; Las Legiones Malditas; e La Traición de Roma). Cite-se também os clássicos – Admirável Mundo Novo, 1984 e A Revolução dos Bichos.



RELIGIÃO
O alto Clero brasileiro, ouso afirmar, já é quase inteiramente cismático


Logo na introdução do seu blog, há a frase: “Pela vida, pela liberdade e pela propriedade”. Há alguma influência da TFP?

KCP: Não; na verdade, reproduz o pensamento fundamental da Escola Austríaca.


A Escola Econômica Austríaca prega o individualismo sobre o coletivismo. Uma sociedade totalmente individualista não seria grosso modo impossível (já que sociedade sugere a sociedade e não o indivíduo)?

KCP: Há duas correntes principais de “austríacos”: os anarcocapitalistas, na linha de Murray Rothbard e Hans-Hermann Hoppe, e os minarquistas, adeptos de um estado mínimo, responsável apenas pelas funções legislativas e de defesa externa. Filio-me mais à segunda corrente, por acreditar que uma sociedade qualquer anarcocapitalista não teria como rechaçar a agressão de um estado consolidado, uma vez que este investe por anos a fundo perdido na construção do seu poderio militar. De qualquer forma, percebo um equívoco no raciocínio da repórter: uma sociedade não pressupõe necessariamente um estado, mas também pode inventar qualquer sistema de organização não estatal; no caso do liberalismo austríaco, as premissas são a não agressão à vida, à liberdade ou à propriedade privada de outrem. Quem rouba a propriedade privada, rouba o passado da vítima; quem a priva de liberdade, rouba seu presente; e quem a mata, rouba seu futuro. 


Qual a sua opinião sobre a TFP?

KCP: Não tenho uma opinião formada.


Ao que você atribui a queda de membros na Igreja Católica e o aumento entre protestantes, espíritas e ateus?

KCP: há vários fatores, dentre os quais, em primeiro lugar, a justa identificação de cada pessoa com a corrente a qual se identifica melhor, coisa que há algumas décadas atrás não acontecia por falta de conhecimento. No entanto, no que tange especificamente a Igreja Católica, esta deixou-se corromper pela teologia da libertação e em função dessa doutrina espúria abandonou a defesa dos valores cristãos, sobretudo a família, e isto tem sido notoriamente sentido pelos fiéis, que têm buscado alternativas em outras confissões. Quanto aos ateus, estes são muito poucos, as mais das vezes pessoas que têm sofrido muito e experimentado seguidos atos de pilantragem que infelizmente, acontecem nesse meio.


Há alguma consistência na afirmação de que o alto clero católico protege os famigerados padres pedófilos?

KCP: Não me sinto com autoridade para falar sobre o assunto. O que tenho sabido, no entanto, é que tem havido uma superexposição desses padres, mediante a estratégia  de concentrar os esparsos casos no tempo como se se tratasse de uma só grande descoberta, com a finalidade  mal-intencionada de difamar a Igreja Católica. Em quaisquer outras instituições seculares, os casos de pedófilos são muito mais numerosos e pratica-se o mais aguerrido corporativismo.


Poderia citar algumas dessas instituições seculares?

KCP: ONU e seus órgãos subsidiários, os governos e seus órgãos, bem como movimentos sociais diversos.


A intervenção da Igreja na política é justa num país laico?

KCP: Você usou o termo “intervenção”. Muito bem, houve de fato “intervenção” da Igreja ao fundar o MST e participar de invasões a propriedades privadas e depredações de patrimônio público, sem que ninguém, especialmente das esquerdas, houvesse visto nisso uma postura ilegítima por parte da Igreja. Da mesma forma, ninguém das esquerdas reclamou da “intervenção” praticada pela irmã Dorothy Mae Stang, ao fazer da comunidade de Nova Ipixuna, no Pará, o seu laboratório de engenharia social, e muito menos, das ordens religiosas que fundaram alguns dos movimentos revolucionários terroristas da década de sessenta, no século passado. Como se vê, as esquerdas somente vieram a reclamar da Igreja Católica nos raros momentos em que esta se pôs a defender um ou dois valores autenticamente cristãos! Somente isto serve de prova como a esquerda usa o argumento da defesa do estado laico ao sabor de suas conveniências! Só que há ainda outra diferença: o protagonismo hoje exercido pela Igreja Católica em defesa da vida no ventre e da sacralidade da família não se caracteriza por “intervenção”, mas por uma conduta muitíssimo mais tênue: “a intercessão”. Ora, qualquer representante de qualquer grupo social tem o mais legítimo direito de interceder junto às autoridades para peticionar o que for de seu interesse, mesmo que seja uma paupérrima associação de mulheres de pescadores de uma perdida vila no litoral do país.

Ademais, o país não é laico. Nossa sociedade não é laica. Nossa sociedade é ampla e majoritariamente cristã. O estado, este sim, é laico, mas tão somente para atender ao princípio da impessoalidade, de modo que um cidadão, digamos, espírita, não se sinta constrangido no balcão de uma repartição por um servidor público, digamos também, evangélico.

Desta forma, em um cenário no qual os direitos de propriedade e de associação são prejudicados por uma comistão legiferante onde o direito de cada um é determinado pela vontade de todos os demais,  torna-se legítima a atuação de cidadãos e de entidades religiosas.  Enfim, o que deve prevalecer são as escolhas morais de cada cidadão, ateu ou religioso, e sem entrarmos aqui no mérito de cada uma, aposto da legitimidade da igualdade jurídica de cada um para fazer valer o seu direito político por meio da democracia representativa.


Você afirmou que Dorothy Stang trabalhava num projeto de engenharia social em comunidades do Pará. Que projeto era esse e como você chegou à conclusão de “engenharia social”?

KCP: Chamo de engenharia social, no caso, aos projetos alternativos de comunidades sob feições coletivistas, que sempre se mostraram desastrosos. Na região amazônica, milhares de pessoas passam fome em verdadeiros gulags equatoriais, onde os cidadãos sofrem restrições extremas de manejo, praticamente limitados, literalmente, a sobreviver do que cai das árvores. No caso da irmã Dorothy Stang, faço minhas as palavras de Janer Cristaldo: “A religiosa americana tinha por missão no Brasil desapropriar terras públicas controladas por grileiros, assentar famílias em pequenas propriedades e promover a ação da polícia na intermediação de conflitos. Diga-se o que dela se disser, é mais uma das tantas ativistas estrangeiras que escolheram o Brasil como laboratório de suas utopias”. E Ainda, no mesmo texto: “Mas a atuação da Chica Mendes de Anapu não gozava de unanimidade na região. Em 30 de abril de 2003, a Câmara Municipal declarou a missionária persona non grata, "como ato de repúdio da população às ações desagregadoras por ela praticadas". O documento foi enviado à Presidência da República, aos ministérios do Meio Ambiente e Justiça, ao Congresso, ao governo do Pará, ao Ibama, ao Incra e à PF – e ignorado por todas estas instâncias.”


A Igreja Católica (o alto clero) não sabe dos desmandos que estão acontecendo ou está tudo sendo acobertado?

KCP: O alto Clero brasileiro, ouso afirmar, já é quase inteiramente sismático.


Você diz que a ICAR se deixou corromper pela Teologia da Libertação. Quais são as corrupções da Teologia da Libertação?

KCP: A Teologia da Libertação, como um movimento, começou com a infiltração de militantes comunistas nos seminários, de modo que hoje são padres e bispos. A sua corrupção é fazer uma releitura das escrituras sagradas sob a ótica marxista da luta de classes, da mais-valia e da teoria da superestrutura e infraestrutura de dominação social burguesa. No meu blog, há dois artigos,  um deles de minha autoria e outro do Padre Estêvão Bittencourt (1990), que tratam de uma versão marxista da Bíblia, conhecida como Edição Pastoral.


Se há movimentos corruptos dentro da Igreja e os fiéis leigos sabem, o Papa está de alguma forma sendo conivente com estes movimentos?

KCP: Segundo meu entendimento, sim, embora talvez haja alguma sabedoria maior no modo como estejam lidando com isto.  Em recente declaração de um bispo, este comentou que a TL está perdendo força.


Há uma forma agressiva de ateísmo crescente, o ateísmo militante. O proselitismo ateu é uma contradição com o que pregam?

KCP: O ateu autêntico ainda não encontrou motivos para crer que Deus exista, mas em princípio, predispõe-se a reconhecê-Lo uma vez que tome conhecimento de algum fato ou argumento que o convença. Já o militantismo ateísta, de certa forma, equivale a uma religião; explico: por mais irônico que possa parecer, o militante ateísta tem fé, isto é, fé em que Deus não existe! No entanto, aí se revela uma contradição insanável, visto que não se pode fincar o pé ante a negação de uma possibilidade que demanda uma busca que bem pode ser infindável. Tendo isto bem compreendido, chegamos ao entendimento de que o discurso em defesa do estado laico não passa de um desleal “carrinho” retórico com a finalidade de impedir a priori o exercício dos direitos políticos das pessoas amparadas por uma fé cristã.


O ateísmo militante é uma ameaça à religião? Por quê?

KCP: Em uma sociedade de estado mínimo, o conceito de estado laico é muito bem compreendido e aceito, porque em quase todas as instâncias da vida as pessoas fazem uso da sua liberdade mediante o gozo do direito de propriedade e de associação. Como eu disse acima, o laicismo do estado mínimo presta-se tão somente a garantir a isonomia de atendimento aos cidadãos por parte dos agentes públicos. No entanto, ultimamente, o estado tem estendido seus tentáculos em praticamente todos os mínimos detalhes de nossas vidas, de modo que as escolhas morais dos cidadãos, fundadas em convicções religiosas, veem-se perigosamente ameaçadas e encurraladas, porque, afinal, se cada escola, hospital, clube, estabelecimento comercial e até o lar tornam-se estatizados, então, por conseguinte, tornam-se também forçosamente laicizados, o que, no fim das contas, resulta dizer: estão sendo ateizados! Neste sentido, o ateísmo militante, vem a desempenhar, sim, um perigo às religiões.


Você acha que o Bóson de Higgs enterra de vez o criacionismo como explicado no Gênesis?

KCP: Eu creio tanto no criacionismo quanto no evolucionismo – ambos os fenômenos coexistem e se complementam. O Bóson de Higgs é uma descoberta fantástica da ciência, que encontrou até agora a menor das partículas, e com a característica impressionante de ser uma partícula geradora de outras partículas maiores. No entanto, mesmo o Bóson não responde de onde veio.  Quem o criou?



POLITICA
Nada mais embusteiro do que uma história oficial!


Qual a sua opinião sobre Lula, Maluf e sobre o PT?

KCP: Maluf é um político razoavelmente competente, mas desonesto, isto é, no sentido de buscar vantagens pessoais por meio da corrupção. Já Lula e o PT têm a corrupção como instrumento de tomada do poder total e permanente.


Num dos seus artigos publicados no MSM, você se diz um “saudosista da ditadura”. A ditadura foi conduzida da forma correta ou houve exageros?

KCP: naquele artigo, eu afirmei ser um saudosista da ditadura como um bate-pé, digo, para contrapor alguns pronunciamentos públicos que vinham sendo proferidos na atual gestão petista; o que eu quis foi demonstrar que os militares, por mais erros que tivessem cometido, realizaram grandes obras e grandes feitos, que fazem o PT comer poeira, como por exemplo, o parque energético, as estradas, os portos, a indústria naval e o avanço da colonização do oeste e do norte, com grande impulso ao agronegócio. Não obstante, em vários outros artigos, eu faço críticas veementes às políticas econômicas do período militar, assentada que foi em um modelo de capitalismo de estado e focada na política de reserva de mercado e de substituição de importações, bem como na criação de centenas de empresas estatais e de órgãos de fomento. Com relação aos exageros, em períodos de crise institucional, sempre os há, mas no cômputo geral, o Brasil mostrou-se exemplarmente eficiente, em nível mundial, como um país em que as Forças Armadas assumiram o papel institucional de defender a ordem e a paz com um mínimo de emprego da violência. Em nenhum país do mundo jamais se viu uma ação contrarrevolucionária tão eficiente, de modo que eventuais excessos constituem notórias exceções. Mesmo o período mais repressivo da ditadura foi um tempo em que os cidadãos gozavam de mais segurança e liberdade do que hoje.


Comissão da Verdade: Os militares cometeram crimes na chamada ditadura militar brasileira? Se houvesse representantes dos dois lados, você mudaria sua opinião em relação à comissão?

KCP: eu não mudaria jamais a minha opinião em relação à comissão, pois entendo que ela fere um pacto nacional, que foi a anistia ampla, geral e irrestrita, termos estes reivindicados pelos próprios terroristas, subversivos e ativistas vencidos. Note que a comissão não tem sequer um historiador entre seus integrantes, mas apenas peritos criminais e juristas! No mais, jamais aceitarei, em país algum, qualquer comissão oficial disto ou daquilo. Nada mais embusteiro do que uma história oficial! A história se faz com o cotejo de historiadores livres, independentes e que não possuam relação pessoal ou ideológica com os fatos. Eu costumo dizer: “não e a comissão da verdade que vai contar sobre a história do Brasil, mas a história do Brasil é que vai contar sobre a comissão da verdade”.  


Rio+20, Aquecimento Global e ambientalismo, onde entram na política?

KCP: Entram no alinhavamento de um governo mundial de matiz social-fascista: controlar as pessoas desde normas e órgãos internacionais para enfim, enfeixá-los em um só centro de poder.


O que é, o que prega, a quem interessa e quem faz parte de um governo mundial?

KCP: Trata-se de um projeto idealizado por donos grandes corporações multinacionais, chamado Clube de Bieldeberg, que têm nas fundações Rockfeller e Ford duas grandes patrocinadoras. A nova ordem mundial tem uma matiz fascista, isto é, de grandes empresários dividindo o poder com um governo mundial.


Você vê, em curto prazo, alguma saída digna através da política no Brasil?

KCP: Sim, claro: não há mal que dure para sempre. Eu vejo uma saída digna na política,  mas por iniciativa da própria população, que há de amadurecer.


Vejo no portal Mídia sem Máscara que os conservadores consideram Obama como representante da esquerda. No entanto, quando intercalo esquerdistas, afirmam que o Obama é direitista e que o Partido Republicano é a extrema-direita. A que se deve essa confusão?

KCP: há esquerdistas que andam chamando Lula e Dilma de neoliberais. Eu gostaria de saber quem os esquerdistas consideram como sendo só de “direita”, isto é, sem ser da “extrema” ou da “ultra” direita. O que eles falam não merece ser levado a sério. São apenas xingamentos.


Por que o exército, hoje, vem sendo achincalhado de forma acintosa pelo governo e não toma nenhuma atitude?

KCP: O Exército, ou melhor, as Forças Armadas, pautam-se leal e institucionalmente pelo princípio da disciplina e da hierarquia. Ainda assim, malgrado todas as difamações havidas durante os últimos quarenta anos, prossegue sendo uma das instituições que gozam do mais alto prestígio junto à opinião pública. Penso haver um quê de sabedoria cristã nisto, embora eu mesmo ache que uma postura mais reativa seria necessária.


Você considera contraditório fazer duras críticas ao governo e, ao mesmo tempo, ser funcionário público? Já sofreu algum tipo de perseguição?

KCP: Não acho nada contraditório. Sou cidadão e tenho o mais amplo direito à opinião. Ademais, sou servidor do estado, e não do governo. Felizmente, não sofro nenhum tipo de perseguição no meu ambiente de trabalho, em parte porque não misturo os papéis de cidadão e de servidor público, e em parte porque trabalho em um órgão que, salvo exceções, prima pelo legalismo.


Demóstenes Torres foi cassado. Era do partido que mais se aproxima da direita no Brasil, o DEM. A cassação foi justa?

KCP: A cassação foi justa, mas seletiva. Até hoje nenhum mensaleiro, aloprado ou cuequeiro sofreu as devidas penalidades.


Há como negar que o Brasil cresceu com o Lula no poder? Se sim, como?

KCP: O Brasil chegou a crescer, mas apesar de Lula, e não graças a ele. Cresceu no vácuo de outras nações, num período de bonança em que foi se especializando como fornecedor de matérias-primas, ao mesmo tempo em que se desindustrializava.  Infelizmente, a chuva vem chegando e só agora os macacos lembram, mais uma vez, que não construíram suas casas: nada foi feito para melhorar o custo Brasil: continuamos com estradas péssimas e energia elétrica instável e a peso de ouro; a educação sofrível não supriu o mercado de trabalho com engenheiros e outros profissionais bem formados; os hospitais são abatedouros de gente; a internet roda por manivela, e por aí vai...


Se seguirmos essa lógica, poderemos em breve ser saudosistas do PT pelas obras que realizaram apesar dos seus erros?

KCP: Atualmente vivemos com praticamente a mesma infraestrutura que os militares nos legaram há 30 ou 40 anos: estradas, portos, aeroportos, energia elétrica, pontes como a Rio-Neterói e navios que navegavam (O Brasil chegou a ser o 2º maior construtor de navios do mundo). O que o PT nos legará?

Por que os conservadores têm toda essa admiração por Israel?

KCP: Por ser uma nação verdadeiramente democrática, pujante, civilizada e formada por um povo corajoso, que enfrenta com bravura os inimigos que a rodeiam. Poucos países são tão solícitos em casos de desastres mundiais quanto Israel. No caso do terremoto do Haiti, foi o primeiro país a enviar médicos, equipamentos de ponta e uma ampla gama de remédios, e a competência e o calor humano fornecidos por eles foram  amplamente reconhecidos pelos cidadãos atendidos.



SOCIEDADE / EDUCAÇÂO
todos os movimentos sociais, que as pessoas em geral imaginam ser o fruto espontâneo do exercício da cidadania, na verdade foram idealizados pela União Soviética


Marcha das vadias, marcha da maconha, parada gay, marcha pela liberdade. O que os conservadores temem?

KCP: todos os movimentos sociais, que as pessoas em geral imaginam ser o fruto espontâneo do exercício da cidadania, na verdade foram idealizados pela União Soviética e em seguida germinados em universidades americanas, de acordo com as denúncias do dissidente soviético  Anatoly Golitsyn, em seu livro “New Lies for Old”, que no Brasil recebeu o título de “Novas Mentiras Velhas”. O objetivo primordial é o de destruir a sociedade ocidental desde dentro, corroendo as suas fundações, quais sejam, o direito anglo-romano, a filosofia grega e a religião judaico-cristã, atendendo assim ao certeiro diagnóstico anteriormente feito pelo filósofo marxista George Lukács, de que seria infrutífero combater o capitalismo mediante o confronto no mero plano econômico, haja vista que a força da civilização ocidental assentava-se em suas bases morais e religiosas de vinte séculos. Assim ele bradava: "Quem nos livrará da civilização ocidental?"


A legalização da maconha acabaria com o tráfico (que é o crime)?

KCP: de jeito nenhum; antes, o exponenciará.


Se a maconha fosse legalizada, como poderia haver exponenciação do tráfico?

KCP: Seria uma decorrência natural e lógica. Ainda: haveria uma concorrência lícita, que hoje é combatida pelas gangues e máfias a bala.


Quem são os representantes conservadores ativos no Brasil?

KCP: não há nenhuma representatividade partidária e individualmente falando, eu citaria apenas o Deputado Jair Bolsonaro. Além deste, tenho acompanhado com certa aprovação o trabalho de Álvaro Dias. No mais, o Brasil vive um momento de resistência protagonizada por pessoas que lideram de forma esparsa e descoordenada algumas instituições civis ou grupos sociais.  


Estatísticas do governo apontam para a queda no número de mortos nas estradas após a aplicação da lei seca. Você, no entanto, vê a lei com certa desconfiança. Por quê?

KCP: Não houve uma queda no número de mortos que se possa aferir como o resultado direto da lei seca.  No Pará, após ter sido constatada a inocuidade da lei perante a persistência dos tristes números, um policial rodoviário federal revelou um dado interessante: apenas três por cento dos acidentes com morte são devidos ao estado de embriaguez. Logo, qualquer diminuição do número de acidentes devido ao estado de embriaguez somente poderia representar uma fração da fração, isto é, a um resultado inexpressivo. Agora, atente-se para o fato de que não defendo que pessoas em estado de embriaguez dirijam: refiro-me, sim, a um fenômeno muito peculiar dos novos tempos, típico da mentalidade fascista, que é punir o que se chama “crimes de risco”, isto é comportamentos que não constituem de per se agressões à vida ou à propriedade de terceiros. Em uma sociedade livre e de direito, o estado de embriaguez seria considerado como um elemento agravante, isto é, acessório à culpa ou ao dolo, e a polícia não estaria a abordar os cidadãos que dirigissem normalmente, mas sim somente aqueles que, por qualquer motivo, estivessem dirigindo de forma perigosa.


Universidades Federais em greve enquanto o governo não se manifesta. Você concorda com essa greve? Por quê?

KCP: a princípio, sou contra greves, assim como sou contra o poder monopolístico dos sindicatos e as negociações compulsoriamente coletivas. No entanto, o governo Dilma não administrou os problemas salariais dos servidores com sabedoria, mas antes, o quanto pôde, o empurrou com a barriga. O resultado está em que todo o serviço público está insatisfeito, haja vista a inflação galopante, fruto da incúria do governo na área econômica.  Prevejo sérios problemas no futuro, com greves generalizadas.


Aceitaria um debate a ser publicado neste blog?

KCP: Sim, aceitaria.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

C&P x Paulo Stekel [Parte 1]

Primeiro de uma série de debates que proponho para este blog.


Atenção: Ao final de cada parte, há um link direcionando para a parte seguinte.

Paulo Stekel (Espiritualidade Inclusiva) debate com C&P (Críticas & Pensamentos) sobre atração pelo mesmo sexo, religião, promiscuidade e tolerância.


Paulo Stekel é militante no movimento homossexual;
C&P é conservador e cristão;

O debate se dá pela seguinte forma:

Pergunta, resposta, réplica e tréplica.
Cada debatedor tem direito a duas perguntas.
Ao final, cada debatedor deixará suas conclusões.

Na área de comentários, o leitor poderá deixar suas impressões sobre o debate, sempre de forma respeitosa.


Página de Paulo Stekel: Espiritualidade Inclusiva
Página de C&P: Críticas & Pensamentos






Pergunta 01: C&P

Na sua entrevista no blogentrevistas, você deixou algumas perguntas em aberto, vou respondê-las e ao final, lançar a minha pergunta:

Por que devemos escolher uma moral especificamente cristã num país com diversas religiões?

Porque a maioria da população brasileira é cristã e o sistema brasileiro é democrático.

Por que a infecção não é maior em países onde se adota a poligamia, como em repúblicas islâmicas?

Porque nas repúblicas islâmicas os homossexuais são presos ou mortos. Nos países cristãos são aceitos e respeitados. Você não vê um padre ou um pastor pedindo para que matem homossexuais.

Algumas leis foram modificadas e outras não. Qual o critério? Critério de Deus ou critério dos homens?

As únicas partes na Bíblia onde Deus escreveu diretamente foram no caso de Moisés, quando Deus pessoalmente escreveu as tábuas da lei e no caso de Jesus escrevendo na areia, no episódio da mulher adúltera. Todo o restante do Livro Sagrado foi escrito por homens influenciados pelo Espirito Santo. Não é porque os homens escreveram a Bíblia que ela não contém a palavra de Deus. Por isso o argumento não faz o mínimo sentido.

***Lendo o seu blog e analisando as questões que você lançou acima, pergunto qual o sentido em querer atribuir ao cristianismo o título de perseguidor de gays, já que em nenhuma igreja cristã se prega a morte ou a perseguição de homossexuais e, muito pelo contrário, os cristãos são ensinados a respeitar os gays, embora não respeitem suas práticas.

Por que é tão difícil para os gays aceitarem que a Bíblia condena o homossexualismo e procuram a todo custo desvincular a imagem santa de Cristo, dizendo inclusive que era gay (o que é uma falta de respeito), atribuindo essa alcunha também aos casos de Davi (que a Bíblia retrata como tendo várias mulheres e não vários homens) e Jônatas, e até mesmo entre as mulheres presentes no Livro Sagrado?

  
Resposta de Paulo Stekel

Dizer que devemos escolher no Brasil uma moral especificamente cristã porque a maioria da população é cristã significa desconsiderar todas as demais religiões presentes aqui e que estão sob a mesma proteção do estado laico, que não beneficia nenhuma em detrimento das demais. A moral das religiões não é igual. Há muitas diferenças.

Entendo sua rusga com o islamismo. Tenho minhas reservas também, mas evito generalizações, pois atribuo os absurdos do mundo islâmico a uma interpretação equivocada do próprio Islã, e não a uma tendência generalizada de "botar pra quebrar" quando os preceitos do Alcorão não são cumpridos. Nas repúblicas islâmicas se mata gays, sim, como também se mata praticantes de outras religiões - os Baha'is, no caso do Irã. E, o fato de não vermos um padre ou pastor dizer abertamente para que se matem gays não minimiza o dano causado por vociferadores insanos como Malafaia e seus iguais (Marco Feliciano, etc.), que com discursos "nazistoides" incitam sim, os mais fanáticos contra a comunidade LGBT.

Em nenhum momento eu disse em meu blogue que o Cristianismo é perseguidor de gays! Nem mesmo o Islamismo o é. Contudo, setores nestas e em outras religiões perseguem gays, o que é muito diferente. Mesmo nas repúblicas islâmicas as penas contra gays são diferentes. A morte não é a pena na maioria delas. Se a religião islâmica em si fosse perseguidora de gays, as penas deveriam ser iguais em todos os países. O mesmo vale para o Cristianismo: as diversas Igrejas cristãs avaliam de modo diverso o fator gay. Algumas igrejas protestantes até ordenam gays assumidos e outras celebram casamentos entre pessoas do mesmo sexo, como você deve saber. Então, com visões variadas, não faria sentido atribuir ao Cristianismo em si a alcunha de "perseguidor de gays". Muitos cristãos são perseguidores de gays, e isso é fato!

É interessante que o argumento batido e medieval "amamos os gays, mas repudiamos suas práticas pecaminosas" ainda seja considerado por alguém. Um pecado subentende consciência, decisão e possibilidade de reconhecimento do erro para se poder reverter a ação. Um gay não decide em algum momento ser gay. Ele se "descobre" gay e não pode fazer nada com isso. Faz parte de sua identidade, e identidade, para os teístas, é algo que vem de Deus, não dos homens. Um homem não cria uma identidade conscientemente; ela se forma desde o nascimento, e mesmo desde a fecundação. Se cristãos heterossexuais dissessem "amamos os gays, mas suas práticas não nos dizem respeito, embora não as consideremos pecado", a ofensa seria menor e não conduziria à homofobia que vemos atualmente.

Quanto ao fato de Jesus ser gay ou não, como já disse na entrevista a Blogentrevistas, eu não penso que Jesus fosse gay. Na verdade, nem mesmo heterossexual, pois não teve, ao que parece, vida sexual. Mas, no caso de Davi e Jônatas, vários teólogos pensam como eu. Não sou o único. Não há qualquer falta de respeito nas conjecturas teológicas acerca de Davi/Jônatas e Rute/Noemi, uma vez que há indícios no próprio texto bíblico de homofilia entre tais personagens."



Réplica de C&P

Separarei por “pontos” porque fica mais fácil para os leitores acompanharem.

Ponto 1. Gostaria que você me mostrasse onde está o país de moral cristã que institucionaliza o aborto de crianças anencefálicas ou que aprova o casamento gay como fez o STF. Em suma, como é teoricamente uma República democrática, a vontade da MAIORIA (que não é formada por gays) deveria prevalecer.
Também coloco por terra seu argumento de que a moral cristã persegue outras religiões, já que não há relatos de nenhum cristão espancando macumbeiros (por exemplo) por praticarem macumbaria.

Ponto 2. Em relação ao islamismo, o Corão diz abertamente que os não muçulmanos (infiéis) devem ser perseguidos e mortos caso rejeitem Maomé como profeta e Allah como deus. O corão diz, inclusive, que os infiéis são “cães”. Muito me espanta você defender o islamismo que mata sumariamente os homossexuais e criticar tão ferozmente o cristianismo que tolera e cura homossexuais.

Ponto 3. Malafaia (e aqui não quero ser seu porta-voz, porque ele sabe se defender) tem feito entre os cristãos um trabalho magnífico quanto ao movimento homossexual. Ele, ao contrário de muitos outros pastores frouxos, tem aberto os olhos dos evangélicos sobre a temática homossexual e o proselitismo gay em todas as esferas sociais.

Ponto 4. Eu gostaria que você não deixasse acusações soltas, como por exemplo, “muitos cristãos são perseguidores de gays, e isso é fato”. Dê nomes... Não tenha medo! Se alguém matar um gay em nome do cristianismo, não pode ser cristão. A máxima do cristianismo é não matar.

Ponto 5. Você considera batido e medieval que alguém ame uma pessoa e repudie seus atos. Fico imaginando as mães dos ladrões e estupradores nas cadeias que, segundo sua lógica, são batidas e medievais por amarem os filhos, mas odiarem o roubo e o estupro que os filhos cometeram.

Ponto 6. Você diz que um gay não decide ser gay. Isso, no entanto, entra em contradição com o fato de que vários gays deixam de ser gays. No afã de defender o homossexualismo você se mostra bastante contraditório. O mais engraçado, é que vocês (gays) tem como maior alvo de críticas uma das únicas instituições que se dispõe a tratar o homossexualismo, que é a igreja. Aliás, trata-se muito bem o homossexual que quer deixar de lado as tendências. Qualquer pastor pode confirmar isso.

Ponto 7. Nós, cristãos, abominamos a prática gay e ela não nos diz respeito. O que se faz em privado diz respeito somente à pessoa em questão. E consideramos pecaminosa toda a prática homossexual tal qual consideramos muitas outras práticas como pecaminosas.

Ponto 8.  O único amor que os gays parecem conhecer é a confusão que fazem entre amor e sexo. Isso é de uma imaturidade gigante. Dizer que Davi, que foi um rei hebreu, povo historicamente contrário ao homossexualismo (principalmente naquela época), que criou o levítico (leia o Levítico), lei que punia o homossexualismo com a morte denota um profundo desconhecimento da sua parte sobre o antigo testamento e sobre as leis e costumes judeus. Você diz ser um estudioso de línguas antigas e sagradas, mas percebo que a cultura sagrada hebraica passou longe do seu foco de estudos.

Igualmente, qualquer heterossexual sem distúrbios mentais e com bom nível moral há de concordar que pode sim haver amizade entre dois homens que supera em muito o amor de uma mulher sem nada de sexual nessa amizade.

Ponto 9. Você usou um termo que provavelmente seja muito mais correto do que homossexualismo ou homossexualidade. Homofilia. Palavra sua, não minha.


OBS: Você usou o termo “cristãos heterossexuais”. Isso é um pleonasmo já que não existe cristão homossexual.


Perguntas numeradas:

1.   Que moral cristã domina um país cujo Supremo Tribunal legaliza o aborto e o casamento homossexual?

2.   Que insanidades o Malafaia citou contra os homossexuais?

3.   Quem são os cristãos que perseguem os gays? Quem são os cristãos que matam gays? Eu, sinceramente, desconheço. Lembro que criticar não é perseguir.

4.   Se um gay não decide ser gay e, segundo você, não pode fazer nada a respeito, como explicar o gay que decide não ser gay como há vários casos?

5.  Você afirma que a personalidade de uma pessoa se forma desde a fecundação. Por que tantos gays e lésbicas apoiam o infanticídio denominado aborto em contrapartida dos cristãos que pregam a manutenção da mesma?

6.    De onde você tirou que identidade é algo que vem de Deus segundo os teístas?

7.  Você não respondeu a pergunta inicial onde questionei sobre a dificuldade dos gays em aceitar a condenação por parte da bíblia sobre o homossexualismo. Qual é a dificuldade? Peço para não desvirtuar a sua resposta lançando mão de outros pecados condenados pela mesma bíblia.

8.   Por que é tão difícil para um homossexual aceitar que pode haver entre dois homens uma amizade mais sublime do que o sexo de uma mulher?

9.   Se vocês criticam tanto o sufixo “ismo” por denotar, segundo a visão errônea de vocês, uma doença, por que você, sendo homossexual, utiliza o sufixo “filia”, este sim, denominando doença? (Freud diria que é um ato falho, que se expressa segundo a crença do emissor, mas que ele por vergonha ou opróbrio, deixa escapar sem perceber).


Tréplica de Paulo Stekel

1. O “casamento gay” não foi (ainda) aprovado pelo STF, mas sim a União Estável, que não garante os mesmos direitos garantidos a heterossexuais. Quanto ao aborto de anencéfalos, é assunto à parte, não tendo conexão com a questão gay. Cada um tem sua opinião sobre ele. Contudo, se você acha que a maioria deve sempre decidir pelas minorias – no caso, os gays – não há isonomia, neste caso. Se, na sua visão de democracia a maioria sempre vence, minoria alguma têm vez, muito menos as minorias de orientação sexual. 

O casamento gay diz respeito aos gays, e não à maioria heterossexual, nem mesmo à maioria cristã. Isso é muito óbvio. Se há minorias de deficientes físicos, por exemplo, eles dependem da maioria concordar que eles tenham direitos? Não, não é assim que funciona uma democracia. Uma democracia olha para todos os seus cidadãos e entende as especificidades deles. Uma minoria de 10 a 20% de gays ficar nas mãos da maioria heterossexual para ter direitos fundamentais garantidos é igual a uma minoria de escravos no século XIX nas mãos dos homens livres: é opressão, segregação e vileza! A moral cristã não pode interferir no Estado Laico (constituído por pessoas de várias religiões ou de nenhuma) como tenta e, felizmente, tem sido rechaçada pelas decisões laicas do STF. Se sua noção de perseguição = espancamento, e unicamente relevante quando deste modo (ao citar os macumbeiros), sinto em dizer que é uma visão simplista e muito perigosa, por fazer parecer irrelevante algo muito grave. Perseguição moral, rebaixamento da dignidade e “demonização” também é perseguição e dano moral.

2. Não defendo o Islamismo e nem critico ferozmente o Cristianismo. Numa análise religiosa imparcial, ambas as religiões possuem seus méritos e desvios. Como disse, nem todos os muçulmanos concordam que se deva matar gays, e a prova são as penas diferenciadas nos diversos países islâmicos. E, dizer que o Cristianismo tolera e cura homossexuais é uma piada. Não queremos “tolerância”, queremos respeito e inclusão. Não queremos ser “curados” de algo que não é doença. Se nascemos orientados desta forma, para os que acreditam em Deus, Ele é o responsável por sermos assim. Então, não devemos nada a Ele!

Quanto às insanidades que Malafaia citou contra os homossexuais, elas são mais do que conhecidas. Ele e Marco Feliciano inventaram a ideia de uma “ditadura gay” que, se fosse verdade, não teríamos gays sendo mortos todos os dias com requintes de crueldade por pessoas que, inclusive, citam que o fazem porque é algo contra as leis de Deus! Há inúmeros exemplos do que digo nos noticiários.

3. Não há “proselitismo gay” algum. Ninguém pode forçar alguém a ser gay, como não pode forçar um gay a ser heterossexual. É falácia acreditar em “cura gay”. É crueldade, flagelação do outro e, se há um Deus, creio que o Inferno aguarda a quem flagela moral e emocionalmente seu próximo fazendo uma lavagem cerebral travestida de “cura”.

Entre os (muitos) cristãos que perseguem gays estão o próprio Malafaia, Feliciano e Magno Malta, este último tendo manifestado o insano pensamento de comparar homossexualidade a pedofilia! São figuras públicas e deveriam saber da responsabilidade de suas palavras, capazes de aumentar o ódio de homofóbicos contra os gays, redundando em mais mortes neste verdadeiro “homocausto”.

4. Já disse e repito: a “cura gay” é uma mentira! Há inúmeros casos no Brasil, nos EUA, etc, de “ex-gays” que entregaram o jogo da lavagem cerebral e agora são “ex-ex-gays”. Sérgio Viúla é um deles. Uma simples pesquisa pela Internet revela estes relatos. Os métodos usados são os mesmos da autoflagelação medieval, e não uma cura. São métodos que nenhum psicólogo, cristão ou não, jamais pensaria em utilizar!

Aqueles gays que buscam tais falaciosos métodos de “cura”, ou são captados através de lavagem cerebral ou são pessoas que sofrem tanto com o preconceito que atribuem a causa disso a sua condição, seu modo de ser. Então, dão-se à autoflagelação na esperança de mudar seus destinos. Mas, logo ali adiante, percebem que ao dizer que foram “curados” estavam se enganando. Então, o problema se torna maior, porque, se casaram e tiveram filhos e agora não sabem como voltar atrás. Quanta vileza com os “ex-gays” e suas esposas!

E, dizer que quem mata gays em nome do Cristianismo não é cristão, concordo. Mas, diga isso aos assassinos, pois eles continuam se achando cristãos e não os vejo excomungados! Incitar o ódio e a violência (sem ser o assassino direto) também é não-cristão, e não vejo “cristãos verdadeiros” criticando isso, mas apenas quando se trata de morte, que já é o cúmulo do ódio. A hipocrisia me machuca...

5. As mães odiarem os roubos e os estupros que seus filhos cometem é muito diferente das mesmas mães odiarem a homossexualidade de seus filhos por um simples fato: ser homossexual não é crime! E, equiparar comportamento homossexual a crimes como roubo e estupro é, a meu ver, golpe baixo. Nem a Bíblia equipara roubo a comportamento homossexual, já que há o mandamento “não roubarás”, mas não um “não serás homossexual”. Na época da Bíblia nem sequer um grupo chamado de “homossexual” era considerado como existente...

Quanto ao aborto, conheço muitos gays favoráveis ao aborto e muitos gays contrários ao aborto. Então, fazer parecer que “os gays” são a favor do aborto é um sofisma evidente. Ponto final nesta questão.

6. Identidade é o conjunto de caracteres próprios e exclusivos com os quais diferenciamos pessoas, animais, plantas e objetos inanimados uns dos outros, seja diante do conjunto das diversidades, seja ante seus semelhantes. Sendo assim, diferenciamos os animais por suas identidades, as plantas por suas identidades e diferenciamos seres humanos de outros animais por suas identidades. Se os que acreditam em Deus acham que, neste contexto, identidade não vem de Deus, não sei de onde deve vir. Se não foi assim que Noé diferenciou os animais para escolher os que levaria à Arca, não sei como os diferenciou, já que a noção bíblica de “espécie” traz intrinsecamente a noção de “identidade”. E, as “espécies”, conforme o Antigo Testamento, foram obra de Deus.

7. Divido a resposta sobre os gays não aceitarem as proibições bíblicas ao comportamento homossexual em duas abrangências.

A primeira abrange gays não-cristãos: Estes não têm que “aceitar” as condenações bíblicas porque, não sendo cristãos, elas não lhes dizem respeito. Como vivemos num Estado Laico, neste caso, os gays não-cristãos voltam-se a este Estado Laico na hora de ter seus direitos garantidos, incluindo a não criminalização ou mesmo a não “demonização” da homossexualidade.

A segunda abrange os gays cristãos, apesar de você dizer que gay não pode ser cristão, o que é contestado por uma gama considerável de cristãos católicos e, em menor quantidade, cristãos protestantes: Há muitas interpretações das passagens bíblicas acerca do assunto. Estas interpretações não são apenas produto de não-teólogos. Há muitos teólogos que dizem que a Bíblia não conhece a noção de homossexualidade porque é uma noção moderna. A Bíblia não conhece nem mesmo a noção de heterossexualidade, porque também é uma noção moderna. A Bíblia só conhece o padrão macho-fêmea e fim de papo. Ela não vê os que têm relação com alguém do mesmo sexo como um grupo minoriário numa maioria que tem relação com o sexo oposto. Essa “identidade” é algo que fomos percebendo mais recentemente. Fomos percebendo que este comportamento existe em mais de 450 espécies animais, que é bastante comum entre macacos e entre golfinhos, sem que isso tenha implicação na taxa de reprodução de tais espécies. O mesmo vale para os seres humanos. As pesquisas indicam que é um comportamento perfeitamente normal entre mamíferos, para falar só destes, sem citar anfíbios e peixes. Para finalizar, então, a Bíblia não condena, de fato, o “homossexualismo” ou a homossexualidade. E, o motivo da condenação das relações entre pessoas do mesmo sexo naquela época tem mais a ver com o reformismo pós-exílico de Esdras, onde o retorno a Israel era postulado, com consequente aumento do número de nascimentos entre os judeus, do que com uma ojeriza a tais relações. O mundo semita da época era mais tolerante a incursões com o mesmo sexo do que pregam os teólogos fundamentalistas, segundo vários historiadores. E, a Bíblia, definitivamente, não é um livro com o rigor de historicidade que se imagina. Então, este é um dos argumentos que permitem a gays cristãos continuar sendo cristãos e continuar exigindo o poder sê-los.

8. É possível, sim, a amizade profunda entre duas pessoas do mesmo sexo. Nunca os gays afirmaram o contrário. O fato de muitos gays e teólogos gays (os há, sim!) pensarem nos indícios de relação homossexual entre Davi e Jônatas, por exemplo, não deve ser considerado de modo sofismático como se gays considerassem impossível dois homens ou duas mulheres ser amigos sem qualquer implicação sexual. Evite sofismas, por favor!

9. O termo “homofilia” nem precisaria ser explicado para alguém que conheça um mínimo de afixos de origem grega. Explicando: Sufixo -fi.li.a - Exprime a noção de desejo, atração, afeição, simpatia.

Etimologia: do grego “philía”, amor. Antônimo: -fobia. É apenas através da noção primária de “simpatia” que este sufixo forma alguns nomes de distúrbios como zoofilia (gosto ou simpatia [doentia] por animais), podofilia (gosto por pés), necrofilia (gosto por mortos), etc. Desta forma, a noção de homofilia tem a ver com o gosto por estar quase que exclusivamente com pessoas do mesmo sexo. Muitos gays nem padecem disso (rsrs), pois gays masculinos convivem muito com mulheres e lésbicas se cercam de muitos homens, frequentemente.






Pergunta 01: Paulo Stekel

Lendo seu blogue, vi que você é taxado de cristão fundamentalista, moralista, conservador e principalmente de homofóbico. Mas, você não se vê desta forma e eu mesmo, ao ler várias postagens, tive pensamentos contraditórios sobre suas posições. Cheguei a concordar com algumas, mas não desqualifico aquelas das quais discordo, pois a pluralidade de ideias baseadas em argumentos deve ser uma característica da liberdade de expressão. Minha pergunta é: você considera cidadãos homossexuais, que pagam impostos como quaisquer outros, dignos de ter os mesmos direitos (já que estamos num país laico e não numa república islâmica), incluindo aí o direito a união civil, adoção, atendimento não-discriminatório em serviços públicos (saúde, educação, etc), entre outros, ou acha que devem ser forçados a viver em guetos, às escondidas, para poderem se expressar como seres humanos?".


Resposta de C&P

Ponto primeiro: Paulo, ainda que estivéssemos num país teocrático cristão, os homossexuais não seriam perseguidos. Não confunda islamismo com cristianismo. No Islã, qualquer que não seja muçulmano pode ser morto, no entanto, uma das bases do cristianismo é “Não matarás” e “Amarás teu próximo”.

Ponto segundo: Os homossexuais têm os mesmos direitos dos heterossexuais. Eu sinceramente não entendi sua colocação na entrevista a este blog onde diz que faltam 112 direitos “básicos” a vocês. Todo o direito que eu tenho, você tem. De mesmo modo, todo o dever cívico que eu tenho, você também tem.

Ponto terceiro: Os gays têm direito à união civil, ponto que, aliás, eu nunca me posicionei contra. União civil é diferente de casamento. Casamento é a constituição de uma família para a PROCRIAÇÃO, ou seja, homem, mulher e filhos. Se, porventura um dos cônjuges for infértil, a lei (civil e religiosa) permite que se anule o casamento porque o meio (fertilidade) para se atingir o fim (procriação) não existe.

Ponto quarto: Já está provado que crianças educadas por duplas homossexuais têm maior probabilidade de desenvolver problemas psicológicos, dependência de drogas, maior atividade criminosa e menor nível no índice de felicidade. [link] [link].
Sabemos da importância de um pai e de uma mãe na criação e educação dos filhos, coisa que não se teria numa adoção por uma dupla homossexual. Não haveria mãe ou não haveria pai. Não haveria o divisor de águas na questão do feminino e do masculino. Estas questões são importantíssimas para a formação psicossocial de qualquer ser humano e de qualquer animal, saber diferenciar o macho da fêmea. Sou contrário à adoção por duplas de homossexuais. Sou favorável à aplicação de verbas públicas para a informação dos casais heterossexuais que desejam ter filhos e por algum motivo não os podem ter.

Ponto quinto: Se algum homossexual não for atendido num serviço público por qualquer motivo, independente da escolha sexual, as leis atuais permitem que se abra um processo contra os responsáveis. Essa é a mesma lei que me garante o mesmo direito.

Ponto sexto: Desde que não façam sexo em praça pública, como acontece em paradas gays e nas esquinas à noite, os gays podem e devem levar uma vida normal. O grande problema é que muitos de vocês se esquecem de que vigora em qualquer sociedade o respeito. Um homem beijando outro é uma agressão para mim. A sociedade SEMPRE classificou o comportamento público homossexual como degradante e ofensivo. Os homossexuais podem expressar seus afetos, volúpias e lascívias em seus respectivos domicílios, às portas fechadas e longe do olhar da população.

Ponto sétimo: Os gays nunca foram impedidos de se expressar como seres humanos. Existe, porém, um limite para as expressões: Um zoófilo não vê problema em fazer sexo (sic) com animais. Entretanto, a sociedade reprova essa atitude veementemente tal qual o faz com o comportamento homossexual em público. Note que não se condena os homossexuais que cometem seus homossexualismos em suas casas e as mesmas críticas que recebem quando ultrapassam os limites do privado, os heterossexuais também recebem. Tudo é questão de bom senso.

Ao contrário do que o movimento homossexual quer fazer parecer, cristãos não perseguem homossexuais. Cristãos defendem princípios morais e principalmente o respeito e o amor ao próximo. Querem apenas que a promiscuidade passe longe de seus filhos e de seu meio.


Réplica de Paulo Stekel:

Você disse para não confundir Cristianismo com Islamismo e generaliza, considerando que todo o muçulmano é um assassino em potencial incitado pela própria religião. Isso também é fundamentalismo perigoso, pois a maioria dos muçulmanos não se comporta desta maneira. De qualquer forma, ao mesmo tempo que os cristãos vivem lembrando o "amarás teu próximo", não sabem o que implica esse amor. Em minha opinião, implica também em reconhecer os direitos fundamentais dos praticantes de outras religiões e das pessoas com orientação sexual diversa da heterossexual. E, não pode ser um amor hipócrita do tipo "amo o gay, odeio seu comportamento sexual". A ignorância mancha o amor e o faz parecer mera figura de retórica!

Os homossexuais não tem todos os direitos dos heterossexuais, não, e eu citei vários dos 112 direitos que nos são negados. Muitos deles só conseguimos fazer valer entrando na justiça (o que não constitui isonomia e atenta contra a Constituição), aguardando a decisão de um juiz que não confunda legislação com religião e que respeite o Estado Laico. Se os homossexuais têm os mesmos direitos que heterossexuais, como você explica que não podemos casar como vocês, adotar filhos como vocês, ter licença-maternidade/paternidade como vocês, etc, etc, etc? Aqui está a lista completa dos 112 direitos que nos são negados: http://e-camps.blogspot.com.br/2011/08/direitos-que-sao-negados-populacao-lgbt.html

Quanto a diferença entre "união civil" e "casamento", há a "união civil", o "casamento civil" e o "casamento religioso". O texto constante em http://eleicoeshoje.wordpress.com/casamento-civil/ esclarece bem as diferenças. Fica claro ali que "união civil" não dá ao casal TODOS os direitos do "casamento civil". Quanto ao casamento religioso, deve ser analisado em cada denominação de acordo com suas convicções, já que não é ele, no final, que assegura os direitos constitucionais num país laico, mas o "casamento civil". Tanto é assim, que, para o casamento religioso garantir direitos é prevista na Constituição a sua conversão em "casamento civil", para ser objeto de direito.

A pesquisa norte-americana que você lincou sobre a felicidade dos filhos de gays e lésbicas não só é a única até aqui, como ainda não teve o contraponto para que possa ter qualquer valia dentro do rigor científico. Analisada sozinha, ela delata um preconceito claro, ao fazer parecer que a taxa de infelicidade, uso de drogas, etc, de filhos de casais gays seja atribuída ESPECIFICAMENTE pelos pais serem gays. Sofisma evidente!

Se, no caso de filho de casais gays, segundo você mesmo, "não haveria o divisor de águas na questão do masculino e do feminino", como ficam os filhos criados: somente pela mãe (de pai desconhecido, falecido, etc), somente pelo pai (de mãe falecida, desaparecida, etc.), somente pelo avô, somente pela avó, somente pelo irmão do mesmo sexo, somente pela irmã do mesmo sexo, somente por um adotante heterossexual do mesmo sexo??? Estão eles também sujeitos a se "tornarem" homossexuais por conta da inexistência deste "divisor de águas"? Não sabem "diferenciar o macho da fêmea", usando suas próprias palavras?

Você acusa gays de fazer sexo em praça pública. Há gays que fazem isso, sim! Mas, héteros também o fazem e não raramente! E, ambos, cometem atentado violento ao pudor! Concordo que isso seja, em ambos os casos, uma agressão à sociedade. Mas, considerar o simples beijo entre dois homens ou duas mulheres quando nas mesmas condições de um beijo entre um homem e uma mulher como algo que lhe agride, tem mais a ver com sua interpretação pessoal do que seja orientação sexual ou "normalidade" do que com um verdadeiro atentado à sociedade. Eu, sendo gay, não acho adequado fazer sexo em público (hétero ou gay), nem andar nu em público (hétero ou gay), nem promover pedofilia (hétero ou gay), nem explorar a prostituição (hétero ou gay), mesmo porque qualquer destes atos quando cometidos por heterossexuais são enquadráveis nos termos da lei. O beijo gay não é ofensivo, e se a sociedade o coloca no mesmo rol do sexo ou nudez em público, da pedofilia ou da exploração da prostituição, quem deve se reciclar é a sociedade, não os gays! Quando você diz que "os homossexuais podem expressar seus afetos, volúpias e lascívias em seus respectivos domicílios, às portas fechadas e longe do olhar da população" eu entendo isso como: "voltem aos guetos e não saiam deles nunca mais". Não vamos nos esconder em guetos porque a escravidão já se foi, o nazismo morreu e somos cidadãos em pé de igualdade com todos os demais cidadãos heterossexuais. Se você dissesse "tanto homossexuais quanto heterossexuais podem expressar seus afetos, volúpias e lascívias em seus respectivos domicílios, às portas fechadas e longe do olhar da população", poderíamos ter algum acordo na opinião... Se héteros podem se beijar em público, nós também podemos; se podem manifestar carinho em público, nós também podemos; se podem alugar quarto com cama de casal sem nem serem casados, nós também podemos; se podem reservar mesa para dois sem nem serem namorados, nós também podemos...

Quanto à promiscuidade, que fique bem claro: ela existe tanto entre heterossexuais quanto entre homossexuais. Contudo, dizer que, por ela existir entre heterossexuais isso venha a significar que TODOS os heterossexuais são promíscuos é um sofisma. Dizer o mesmo dos gays, é outro sofisma! A promiscuidade, a prostituição, a traição, os múltiplos relacionamentos, a poligamia, etc, são tendências encontradas em parcela de toda a humanidade, independente de orientação sexual. Sem generalizações ou exclusividades para cima dos gays, portanto."
  

Tréplica de C&P

Sim. Eu digo que todo muçulmano é um assassino em potencial porque a religião que seguem prega a morte de todos os que não comungam da crença islâmica, enquanto nos países cristãos, todos são aceitos e ainda podem pregar contra a religião cristã.

Você recorre ao que Cristo disse em “Amarás o próximo como a ti mesmo”, mas se esquece de que esse é o segundo maior mandamento. O primeiro é “Amarás ao Senhor teu Deus sobre todas as coisas”. E demonstra seu desconhecimento porque o próprio Cristo diz que aquele que O ama é o que cumpre as ordens do Pai. Na sua concepção, é impossível amar ao pecador sem amar o pecado, o que entra em conflito com os ensinamentos de Cristo que amou a todos os pecadores e desprezou todos os pecados que cometiam. Todos os cristãos amam e respeitam os homossexuais, mas não espere respeito pela prática homossexual. Amor e sexo são coisas diferentes, os gays não entendem isso.
Você só pode estar brincando com esses 112 direitos que você insiste que são negados aos homossexuais. 

Sua pergunta em itálico:

Se os homossexuais têm os mesmos direitos que heterossexuais, como você explica que não podemos 1casar como vocês, 2adotar filhos como vocês, 3ter licença-maternidade/paternidade como vocês?”

1 Ao contrário do que você diz, há sim casamento gay no Brasil. [link] [link].

2 Você mente ao dizer que não podem se casar ou adotar. [link] [link]

3 Quanto à licença-maternidade, vou me abster de comentários, já que é óbvio que dois homens ou duas mulheres não podem procriar entre si.

Vocês se pautam na mentira para posar de vitimas quando na verdade são algozes. Sou totalmente contrário à adoção por duplas gays. Veja estes resultados do Google:

Homem abusa de menino: 975.000 resultados

Homem abusa de menina: 356.000 resultados

Abuso sexual em cadeias: 845.000 resultados (homem estuprando homem ou menores)

Poderia fazer aqui também uma correlação entre o número de meninos abusados com o número de meninas abusadas, levando em consideração que o percentual de homossexuais no Brasil é de 6%, mas não vou fazer isso, por enquanto.

Vocês dizem que os gays são vítimas de homofobia. Vamos lá:

Desmascarando a homofobia no Brasil (artigo publicado no meu blog sobre os homossexuais que aparecem como vítimas de homofobia, mas que na verdade são assassinados por outros homossexuais ou por dívida com traficantes etc)

Em 2010 morreram 49.932 pessoas assassinadas no Brasil. Em contrapartida, desses 49.932 assassinatos, apenas 260 homossexuais foram assassinados, segundo o Grupo Gay da Bahia. Lá em cima, no link para o meu Blog (Desmascarando a homofobia no Brasil), PROVO que a maioria destes assassinatos são cometidos pelos próprios gays. O Brasil precisa se opor a isso.

Você faz uma jogada suja ao comparar crianças que são criadas por uma mãe viúva ou divorciada com crianças criadas por homossexuais. Uma coisa não tem comparação com a outra. O modelo de família, ainda que a mãe seja solteira, é o tradicional. E aqui, novamente, você é incapaz de diferenciar o sexo do comportamento ao sugerir que eu disse que uma criança não saberia diferenciar o macho da fêmea, quando eu afirmei que as características de pai e mãe estariam ausentes (nada a ver com sexo ou genitálias), já que teriam apenas dois homens ou duas mulheres como modelo, o que, obviamente, traria conflito na cabeça dessa criança. Uma criança adotada por homossexuais continuaria órfã, continuaria sem pai e sem mãe.

 “O beijo gay não é ofensivo, e se a sociedade o coloca no mesmo rol do sexo ou nudez em público, da pedofilia ou da exploração da prostituição, quem deve se reciclar é a sociedade, não os gays!”

Ou seja, dane-se a maioria. A sociedade pensa assim. Não se muda o padrão comportamental de uma sociedade, porque o padrão comportamental é o que forma a identidade cultural de um povo. Experimente você beijar um homem no meio da rua e verifique os olhares de reprovação. Não é a sociedade que está errada. Vocês é que estão desmoralizando a sociedade.

Outra coisa jocosa é a sua insistência em se comparar aos heterossexuais (se o hétero pode, o gay pode. Se o hétero isso, o gay aquilo). Não tem o que comparar. Heterossexuais se relacionam com o sexo oposto. Não há comparação possível.

Quanto à promiscuidade...

Gays lideram troca-troca de parceiros sexuais


Espero sinceramente que você não me chame de homofóbico por apresentar estes dados. 

Estou apresentando fontes e espero que possamos manter o debate num nível aceitável. 


Parte 2 do debate,
clicar aqui